terça-feira, 21 de janeiro de 2014

COMO EVITAR O “VÍRUS DA ENGORDICE”

 

Untitled-1.indd

 

Desde que iniciei a minha reeducação alimentar eu estou fazendo modificação em minha rotina alimentar. A cada dia eu faça uma troca alimentar e introduzo um novo produto saudável em minha vida.

Desde que nascemos aprendemos a comer errado, por isso a mudança do padrão cerebral alimentar é muito difícil, demorado e dolorido. Ao nascermos o único alimento saudável que deveríamos receber seria o leite materno, no entanto, ao chegar em casa sempre tem alguém querendo dar um chazinho. Sem falar que o bebê não pode chorar para ouvir alguém gritar: “esse bebê tá com fome, o leite da mãe é fraco”. Nenhuma mãe tem leite fraco, e a quantidade de leite que a mãe produz é o suficiente para alimentar o seu filho, tem que ter paciência e persistência. Essa ideia de leite fraco trata-se de cultura da população materna que vai passando de avó para neta.

Com o passar dos meses, todos já começam falar: “esse bebê é guloso, veja como ele olha a gente comendo, será que ele não vai ficar com vontade? Só um pedacinho não tem problema…” e por aí vai. Você já viu isso ou essa história só acontece na minha família? Já viu, em alguma lanchonete uma mãe colocar um pedaço de batata frita na boca do bebê para ele não ficar doente de vontade? Não creio que só eu já vi isso.

Passa um pouco mais de tempo, o bebê vai crescendo e quando começa a falar, os pais acham a maior graça ele pronunciar “coca” ou “mac”, você acredita mesmo que ele aprendeu a falar isso sozinha? Com certeza que não. Se a criança nunca tivesse ouvido a palavra coca cola e nem mc donald´s, obvio que ela jamais aprenderia a pronunciar. Agora, quantas pessoas você já viu colocar coca cola na mamadeira de um filho? Eu já vi muito, e as pessoas acham uma gracinha “ele tá bebendo coca cola, veja que lindinho”. Gente, o que tem de lindinho nisso? Hoje eu penso, e quando tenho oportunidade digo: “tadinho, vai ser um adulto obeso ou doente”. Pronto falei!!! Você já viu alguém achar uma criança comendo brócolis bonitinho? Na cultura japonesa isso é muito comum.

Eu não fui diferente disso, afinal, não foi por comer saudável que engordei 30 quilos quando estava gravida (duas vezes), errei na primeira, e mesmo tendo sofrido para voltar ao peso saudável, após a primeira gestação, eu fiz a mesma coisa na segunda, após 6 anos. Pensava que se tinha voltado ao peso saudável, depois de uma gravidez, eu voltaria novamente. Desse pensamento inconsequente resultou duas consequências: 1. levei 6 anos para acordar e mais 4 anos para chegar no meu peso saudável; 2. por sorte (sqn) o meu segundo filho nasceu com o mesmo padrão meu, tanto no físico como na compulsão alimentar.

Pensando agora, será que ele nasceu com isso? Talvez tenha nascido mesmo, mas não foi porque “Deus quis”, essa é sim uma resposta mais fácil de aceitar. Mas a realidade deve ser porque ele já aprendeu o “padrão porcaria “ desde de dentro da minha barriga e depois que saiu continuou com o mesmo padrão. Esse meu filho mamou no peito até dois anos, e até 6 meses só peito (chorava peito, chorava peito, como ele só chorava…não imagina o  luta). No entanto, quando estava dentro da minha barriga comeu muito x-tudo, tudo mesmo!!!

Hoje eu luto com ele para mudar seu padrão alimentar cerebral. Já mudou muito, porque em casa não tenho porcaria. Mas ele tem um “zóio gordo”. Eu tenho que ficar o tempo todo tentando explicar para ele o porque ele não deve comer tanto (quantidade e qualidade). Ontem no restaurante ele pegou 4 pedaços de pudim, quando vi já estava no prato. Não aguentou comer tudo, mas isso já demonstra que devo me preocupar. Uma coisa que eu reprovo totalmente é as pessoas brigarem com  a criança porque ela, por exemplo, pegou esses quatro pedaços de pudim. Vejo muitos pais, em restaurante mesmo, gritando “você é mesmo um gordo, não pode comer tudo isso”. Você que já passou por isso, qual é mesmo a reação do suposto gordo? Comer os quatro pedaços em uma compulsão louca, e ainda pegar mais quatro, simplesmente para mostrar que pode comer.

Com as pessoas que tem o mesmo problema nosso, que gosto de chamar de “virus da engordice”, temos que ter muito cuidado ao falar sobre obesidade. As palavras, muitas vezes, tem efeito contrário, em varias situações da vida. Eu prefiro conversar com meu filho ensina-lo a comer devagar, a saborear o pudim, explicar que o sabor só se sente na língua, que depois que engolimos não sentimos mais nada, que o segundo pedaço tem o mesmo sabor do primeiro, mas que o segundo engorda, e também, uso esses momentos para já explicar os efeitos da obesidade. Não só nesses momentos, pois as vezes ele fica revoltado, reação normal de toda pessoa propensa a obesidade, logo, sempre que tenho oportunidade eu falo sobre os problemas oriundos do excesso de peso.

Outra coisa nítida, é com relação a atividade física e o excesso de peso, todas as pessoas que tem o vírus da “engordice” não gostam de fazer atividade física, ou existe algum atleta em atividade que é acima do peso (gordura). Adivinha se meu filho gosta? Gosta de bicicross, e só, e também só quer fazer as duas aulas por semana, as vezes acho que não gosta tanto.

Acredito que há alguma diferença orgânica nesse processo, pois tenho dois filhos, e nas duas comi as mesmas porcarias e o primeiro filho passou mais tempo recebendo, em casa, alimentos não saudáveis e, no entanto, é magro, sempre foi, desde que nasceu, magro tipo 1,75m e 56 kg. Ele pode comer de tudo e tudo, que não engorda. Não tem nenhum tipo de controle alimentar, gosta de tudo que é porcaria e nada que é saudável. Agora que está adolescente não toma refrigerante, mas cresceu tomando coca cola. Ah, e como magro, adora esportes, pratica futebol todos os dias e, as vezes, mais de uma vez no mesmo dia. Anda de skate o tempo todo, está sempre suado por estar fazendo alguma atividade que exige esforço físico.

Mas a mensagem que quero deixar aqui, é que algumas pessoas nascem com vírus da “engordice”, da mesma maneira que muitas pessoas nascem com vírus HIV e não desenvolvem a doença, por varias razões. Pode ser que todos temos o “vírus da engordice”, no entanto, pode ou não ser desenvolvido dentro de nós, por razões que a ciência ainda desconhece. Ocorre que , uma coisa é certa,  para nós que sofremos desse problema, a única solução é controle total e geral do que colocamos em nossa boca. A melhor solução é não experimentarmos alimentos que já sabemos que fazem mal para a saúde, para não termos em nosso cérebro esse padrão. Explicando melhor, não dê refrigerante para o seu filho, pois ele não precisa acostumar com esse paladar. Não dê açúcar para seu filho, ele não precisa disso. E, nós, adultos, não experimentemos novas porcarias, pois já temos muitas para deixarmos de gostar.

Se começarmos a fazer isso hoje, teremos uma geração que não gostarão de açúcar, de refrigerante  e de sanduba. Ninguém nasce gostando dessas coisas. Mas talvez sejamos como um viciado, não dizem que alguns são dependentes químicos e  que quando em contato com o álcool\droga podem se viciar rapidamente? Talvez o mesmo aconteça com comida.

Eu e você, que  já sabemos o quanto é difícil, doloroso e sofrido largar esse vício, temos a obrigação de informar as outras pessoas e orienta-las a não terem esse problema. Vamos juntas nessa luta para uma sociedade mais saudável e feliz.

Um bom dia a todos!!! Ou melhor, uma boa noite!!! Ainda, melhor você escolhe, mas esteja sempre bem.

 

frase do dia:

 

IMG_149330029196771[1]